Carta psicografada usada em defesa.

Nesta quinta-feira, 9, em mais um dia de júri popular sobre a tragédia na boate Kiss, a advogada do músico Marcelo de Jesus dos Santos, usou uma carta psicografada para tentar inocentá-lo.

Fonte:Migalhas

A advogada apresentou um áudio que supostamente traria a mensagem de um dos 242 jovens mortos na boate.

“Procurem aceitar as determinações divinas. Eu também lamento tudo o que ocorreu, mas só me resta tentar me adaptar à realidade. […] Vamos lembrar que os responsáveis também têm famílias e não tiveram qualquer intenção quanto à tragédia acontecida. Pensemos no fato como uma fatalidade e hoje já começamos a entender um pouco em sentido mais profundo do que nos ocorreu de ponto de vista da lei de causa e efeito.”

De acordo com a profissional, a carta teria sido recebida seis meses após a tragédia, no centro espírita Irmã Valquíria, localizado em Uberaba/MG.

Trechos marcantes

O júri da boate Kiss, que já entra em seu 10º dia, acabou gerando grande repercussão na internet. De fato, juiz, advogados, Ministério Público e até depoentes protagonizaram agastamentos.

O caso

Em 27 de janeiro de 2013 a boate Kiss, em Santa Maria, sediou a festa universitária denominada “Agromerados”. No palco, se apresentava a banda Gurizada Fandangueira, quando um dos integrantes disparou um artefato pirotécnico, atingindo parte do teto do prédio, que pegou fogo. O incêndio, que se alastrou rapidamente, causou a morte de 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos.

O Ministério Público é o autor da ação penal. Inicialmente, aos quatro réus foi imputada a prática de homicídios e tentativas de homicídios, praticados com dolo eventual, qualificados por fogo, asfixia e torpeza. No entanto, as qualificadoras foram afastadas e eles respondem por homicídio simples (242 vezes consumado e 636 vezes tentado).

De acordo com o MP, foi utilizado fogo de artifício identificado como “Chuva de Prata 6” (indicado para uso externo), cujas centelhas entraram em contato com a espuma altamente inflamável que revestia parcialmente paredes e teto, desencadeando fogo e emissão de gases tóxicos, que foram inalados pelas vítimas, as quais não conseguiram sair do prédio a tempo em razão das péssimas condições de segurança e evacuação do local, acabando intoxicadas pela fumaça.

Há quatro réus: Elissandro Callegaro Spohr (sócio da boate), Mauro Londero Hoffmann (sócio da boate), Marcelo de Jesus dos Santos (músico) e Luciano Augusto Bonilha Leão (produtor musical).